2006/07/12

Estado da Nação

Realiza-se hoje mais um debate de política geral sobre o estado da Nação. Parece ser uma espécie de momento solene para o Primeiro-Ministro se explicar e os deputados da oposição lhe pedirem contas da governação. Acho bem!

Contudo, o nome da coisa sugere uma avaliação mais ponderada e sobretudo mais exigente sobre a Nação e em particular o seu estado. Isso não faz o nosso PM. Como também não atinjo tal propósito, melhor será referir-me ao meu estado de Nação, ou, ao estado da minha Nação, ou à Nação do meu estado, como se queira.

O meu estado hoje deverá ser líquido, já foi vaporoso e consegui ontem derreter o estado sólido no fundo de um generoso copo de whisky.
Não chega? Vou já tentar de novo.

Dizer que tenho fome, sono e me dói a cabeça seria, para esta Nação, um estado calamitoso para não dizer quase comatoso. Era aliás exagerar as coisas.
Como aldrabar seria afirmar que por cá raia o sol, numa praia tropical, ao lado da melhor companhia, bem perto do mar azul-turquesa e de uma bebida gelada.
Então dizer que não me apetece nada e que quero que se danem todos, seria antes um estado demissionário e desinteressado. Ou estado de cansaço.
Dizer que tenho sede, muita sede, sede acumulada, já parece mais perto da realidade. Talvez a praia tropical ainda apareça à porta da minha Nação. E a companhia lá esteja, à espera, na temperatura certa.
Aí o estado da Nação já será mais que cor-de-rosa, será rosa-tropical.

E assim se enganam os incautos. Com vãs promessas.