2006/06/26

Calar o sentir

Há situações em que não dizemos o que sentimos.
Mas sentimos, tão intensamente como quem diz o que sente.
Só não somos capazes de dar conta do sentir, naquele instante, naquela curva da vida.
Mas sentimos, tão ardentemente que não conseguimos expressar o que expressar queríamos.
Só não somos capazes de entender bem o que sentimos, e como o sentimos.
Nem sabemos medir as consequências do que sentimos. O presente tolhe-nos o futuro quando temos receio dele.
Por isso, calamos o sentir.
Assim, não nos damos a sentir.
E, calados, calamos a vida que nos anima.