Força emergente? O Bloco? Não me parece!
Há dirigentes do Bloco de Esquerda que gostam de fazer constar que o Bloco será – ainda será – uma força emergente. Foi o que aconteceu ontem à noite, quando, Fernando Rosas, se defendeu como pôde do decepcionante resultado obtido por Francisco Louçã, retorquindo que o Bloco de Esquerda é uma força emergente. Ana Drago fez ainda pior: quis constar que o BE não é bem um partido mas antes um movimento!?
Tal não me parece ser bem assim. Parece-me sim que o BE já foi uma força emergente. E o espantoso é ter deixado de o ser, decorrido que está tão pouquíssimo tempo. Espantoso, é o facto de o BE, no curto espaço de um ano, após as últimas legislativas, ter sofrido uma tão grande erosão, ter rapidamente passado de emergente a divergente.
Quatro ideias, para pensar:
1ª - Não se aguentou nas eleições autárquicas de Outubro passado, deixando de ter expressão. O BE não é sequer uma força autárquica, tendo malbaratado essa recente oportunidade eleitoral.
2ª – Francisco Louça fica, nestas presidenciais, bem aquém das expectativas por ele criadas e alimentadas por quase todas as sondagens. Entregou no Tribunal Constitucional um orçamento de campanha a contar com 9,1% de votos. Arrecadou 5,3%.
3ª – O BE já pouco ou nada difere, no essencial do seu comportamento, daquilo que é o agir tradicional dos partidos sistémicos.
4ª – O BE, não só não é movimento, como tende velozmente a ser um partido instalado, como instaladas estão as pessoas que o compõem.
Como foi possível que uma força emergente, em tão pouco tempo, ficasse tão igual a outros e ainda por cima comece já a arrecadar derrotas eleitorais.
A emergência, é mais de saída?!
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