O grande esquecimento de Cavaco
Cavaco, eleito Presidente, agradeceu a tudo e a quase todos. Até nem poupou os candidatos adversários, claro está. Mas teve um lamentável e imperdoável esquecimento, na medida em que não agradeceu ao talvez mais directo e determinante responsável pela sua eleição: José Sócrates.
E podia tê-lo feito sem sequer revelar a secreta estratégia de Sócrates.
Por exemplo, agradeceria ao secretário-geral do PS, a escolha e apoio do partido maioritário a um tão bom candidato, a escolha certa, não obstante ter ficado em terceiro lugar com apenas 14,3%. Espírito de sacrifício.
Ou agradecia a boa disputa eleitoral, logo com dois candidatos do PS de tão excelente qualidade, um ex-Presidente da República, e outro, actual vice-presidente da Assembleia da República. Espírito generoso.
Ou agradecia as políticas sociais concretas do primeiro-ministro que fez de conta que não sabe que os portugueses, como outros, também escolhem com o coração e com o estômago. Notável “sentido de Estado”.
Resta-me uma dúvida: Sócrates votou mesmo em Cavaco?
Até isso Cavaco poderia ter agradecido a Sócrates.
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