2006/01/09

Os preços aumentam, os salários consomem-se em nada


A expressão, e sobretudo o queixume, acerca do aumento dos preços já quase parecem um lugar comum. É tão vulgar acontecer e sobretudo é tão certo ocorrer quão certa a morte ocorre. Sim, é mesmo triste. Só não é triste para quem não conta o dinheiro que recebe ao fim do mês – esses até são poucos – ou para quem ainda não tenha que fazer tais contas.

Desta vez os aumentos são mesmo carregados e pesados.
Eis alguns exemplos:
· Electricidade - 2,3%
· Portagens - 2,8%
· Transportes (em média) - 2,3%
· Pão - 10%
· Taxas moderadoras - até 9%
· etc, etc.

Já em 2005 havíamos assistido a significativos aumentos de bens e serviços:
· Electricidade - 2,3%
· Transportes (4 aumentos em 8 meses) - 10%
· Pão - 10%
· Propinas - 11,5%
· Gás - 8,3%
· Gasolina - 13%
· IVA - de 19% para 21%

É de mais e o que é demais basta.
Acresce que a distribuição nacional da riqueza continua cada vez mais desequilibrada, acentuando as desigualdades. Por isto: em Portugal, 73% da população activa recebe apenas 40% da riqueza criada.
Tudo isto mexe com o bem-estar das pessoas. Esse bem-estar afectado só arrasta desolação, muitas vezes vidas questionadas. Não foi para isto que os nossos pais nos puseram no Mundo. Haja decoro. O equilíbrio do défice e a “treta” das contas públicas não explica esta delapidação desenfreada do nosso bem-estar.